sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

O fantástico Ray Bradbury

Não sou um profundo conhecedor de literatura Sci-Fi. Na verdade, nem acho que Ray Bradbury de enquadre nesse estilo. É muito mais abrangente. É como dizer que The Cure é uma banda gótica...ou o Led Zepelin Metal...

Dele, já havia lido a muito tempo O País de Outubro. Fascinante coletânea de contos. Alguns de terror, mistério, ficção científica e doideiras mais. Fiquei deslumbrado, porém, por algum motivo, deixei o autor meio que de escanteio. Mas nunca me saiu da memória um pequeno conto chamado "O lago." De uma ternura e ao mesmo tempo melancolia envolventes. Em breve posto ele inteiro aqui. É bem curtinho.

Também me lembro que deixava de sair de casa nas noites de sábados e mais sábados seguidos por conta da programação na TV a cabo. Era uma sequencia matadora de Além da imaginação, Hitchcock e O teatro de Ray Bradbury. Comprava minhas brejinhas e atravessava madrugada adentro num mundo realmente mágico.
"Há uma quinta dimensão além daquelas conhecidas pelo Homem. É uma dimensão tão vasta quanto o espaço e tão desprovida de tempo quanto o infinito. É o espaço intermediário entre a luz e a sombra, entre a ciência e a superstição; e se encontra entre o abismo dos temores do Homem e o cume dos seus conhecimentos. É a dimensão da fantasia. Uma região Além da Imaginação."
Essa era a narrativa inicial de todos os episódios de Além da Imaginação, série criada por Rod Serling entre 1959 e 1964 em preto e branco, para o canal CBS nos EUA.
Pesquisando mais sobre Bradbury, descobri que continua vivo e trabalhando, com seus mais de 90 anos de idade. Tem muitíssimos livros dele a serem descobertos por mim, o que achei fantástico pois ainda tenho muitas histórias a ler.
Estou no momento lendo Crônicas Marcianas. Muito bom. O cara tem um jeito tão poético de contar histórias. E não tem quase nada da clássica ficção científica. É só um fundo pra ele desenvolver seu enredo, criticar a humanidade e a ganância, arrogância e ignorância destes...Criticar o racismo, as guerras e esbarrando sempre em questões filosóficas ou morais e éticas. Serve para a gente refletir sobre no que somos ou nos tornamos. Mas tudo isso com muita sutileza.
Esse "fundo" trata da colonização de Marte pelos terráqueos, depois de terem praticamente destruído sua Terra. A obra é dividida em capítulos, ou mini-contos, alguns bem ligados aos seguintes, outros mais soltos. Alguns são bem tensos, outros mais poéticos ou melancólicos, a gente quase que sente o cheiro das coisas e é deliciosamente futurista/retrô, se é que me entende...enfim, a leitura fica bem equilibrada e quando você percebe, já passou da metade do livro em 1 ou 2 dias.

Desde já, um dos mais legais que já li. Inesquecível.

Também já tenho aqui em mãos a próxima obra dele a ser devorada: Os frutos dourados do sol.
Depois desse, voltar para a companhia de Roland, Susanah, Eddie, Jack e Oi na nossa busca pela Torre Negra.
Ficam as dicas.
Abraços!

2 comentários:

Charlotte Sometimes disse...

fascinante! como eu gosto disso...

What Are You Going to Do with Your Life? disse...

Gosta de quê? Ray Bradbury? Ou waygtdwyl? rsrs

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